Por vezes não há nada mais do que partilhar. Levar o que era antigo à luz do dia. Deixar o tempo revelar as passagens que outrora definiam rumos e construíam noções. Refazer da poeira do que foi, algo que possa ser aproveitado doravante, noutras ocasiões, com outros propósitos.
Figueira da Foz (2017)
Há talvez alturas em que olho para o presente e o presente
já não se torna o tempo persistente
Mas sim comtemplativo onde a instância que se vive é a
persistência do que já se pressente.
Por uma eternidade olho então o horizonte, e nos contornos suavizantes
da paisagem que vislumbro
Um retrato do que fui apareçe. Sempre sábio, sempre atento.
Uma figura que se ri omnipresente.
Nostalgia dos tempos que eram passados antes dos acasos,
lições apreendidas na inconsciência.
Fui eterno e sou mortal, sou eterno e serei mortal. O
instante que contará no meu último suspiro
E em ar morno toda a eternidade se desfaz e o tempo
desaparece numa imagem disforme, distante.
Sendo eu então castigado por minha aflição, com o fim da
eternidade, o fim de tudo o que seria.
Em duplos sentidos se escreve e fala do que a alma sente e
transmite ao ser Superior
Do Superior vem a perceção e a intuição da naturalidade de
todos os meus instintos.
Tempo não se ganha nem se perde, tempo é a conceção do fruto
dos desapontamentos
E eu sou imortal ao viver na eternalidade que é o instante
infinitamente finito do interior.
Da vida recebemos as prendas que nos abençoam a eternide com
força e tenacidade.
Os nossos ombros largos e os fardos pesados. Somos o fruto
da inconsistência constante:
O paradoxo do padrão aleatório que no caos encontra a sua
unicidade e única verdade.
A persistência do vício e ócio do desregulamento da
imensidade dum pequeno instante.
Seremos a encarnação da complicação, não, talvez a
insinuação da complicação
De potencial é o nosso plexo, a luz do sol que alimenta a
serpente adormecida.
Verdadeira a existência do ser, pura como a tão doce
unicidade da nobre intenção.
Assim sim, a força dos céus nasce da raiz e do alto. É o
fogo que alimenta a vida.
Em fogo se arde por uma compreensão da eternidade mutável e
inconstante do tempo
Em lágrimas se seca a imensidão da insensatez do
discernimento juvenil de ilusão.
Por um instante se luta eternamente na busca da eternidade,
a ironia do contratempo.
Pela futilidade da busca do que está no caminho a seguir, a
noção da grande inversão.
É o tempo, é o Sopro, É a vida que se sente.
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