A Magia do Post-Creatividade

A criação artística é por si só uma magia raríssima e única, uma forma de transmitir sentimentos e conceitos ao mundo sem os distorcer, deixando cada um vivê-los à sua maneira na sua catarse interna.





Estou aqui, de noite, a pensar e a tentar deixar-me levar pelas palavras para conseguir explicar esta ideia toda da criatividade e de como funciona e como nos frustra e leva a outros mundos quando não nos deixamos vencer pela frustração. E que ironia é a de o estar a fazer enquanto matuto ao som duma música que compus esta tarde, estranhamente sem me frustrar tanto quanto costumo. Um milagre se calhar? Ou um retorno às origens da criação nas quais eu me deixava ir sem pensar em algo fora da música em si? 

Lembro-me que quando comecei a compor músicas, olá passagem de ano 2013/2014, eu sentia-me no início duma jornada épica que me levaria longe. Aliás, esse sentimento de profético e destino ficou alimentado a partir do momento em que a primeira música que inventei: "Journey To Beyond" foi inspirada e visualizada num sonho. Não gozo. Eu vi e toquei o lead desta música em sonho. Depois, de manhã, como óbvio peguei na guitarra e apontei tudo tal e qual como no sonho. É daquelas coisas.

Passemos à frente 6 meses de outras ligeiras criações. Nessa altura usava o nome artístico de Joahan Seixuh. Veja-se o cúmulo da situação. Bem pelo menos era melhor que o do Youtube: Seu Seixo Fixe. E o Bernardo também adorava o nome portanto! Mas voltando às ligeiras criações. Foram pequenos riffs com os quais eu ficava orgulhoso e de peito cheio. Qualidade de gravação horrível mas o Audacity sempre a safar .Enfim, foi nos meus 15/16 anos, ainda longe do sítio onde estou agora. 

Depois chega o maravilhoso verão de 2014. Aí a minha criatividade para a música ganha um novo rumo. Viro-me para o Rock Psicadélico e o Stoner e começo a explorar essas paisagens sonoras. (In)Felizmente por pouco tempo. Surge-me em mente o conceito inicial de Water-Lore, aquele projeto que me tira as horas de sono e que me deu mais vontades para desistir e continuar que qualquer outra coisa na minha vida. Caí nas armadilhas do Post-Rock foi o que foi. Crio três ideias para músicas e nasce em mim uma nova vertente sonora e mental que nunca tinha sequer imaginado.

A partir daí se calhar é quando entro no meu período de Pós criatividade, como o título indica. Uma pequena piada que se refere ao estilo que tanto amor me deu pela música. E também uma boa dosagem de transtorno pelo meu trabalho. Dualidades que me perseguem onde quer que vou e no que quer que faça musicalmente. Irónicamente foi também neste período malfadado que fiz e publiquei as minhas únicas três músicas. Podem ir ver no Bandcamp ou no Youtube nos links no fundo desta publicação.

Então o que aconteceu nestes últimos 2 anos? Sofri do surto de pensar no após a criatividade, no depois da música estar feita. Em vez de me concentrar em acabar, em sentir o que estava a fazer, forcei-me a gravar, forcei-me a inventar. Com essa (in)genial ideia, sofri imenso e perdi muito tempo e muitas sessões de inspiração. 

Agora, olhando para trás, se calhar até fez parte do processo. Estou a aprender a deixar-me ir na música sem pensar nela como uma obrigação. Estou a aprender a explorar novas ideias, a escrever o que invento, a ir mais longe na guitarra e sobretudo a ouvir mais do que o mar elitista do Post-Whatever. 

Não sei o que este Post-Criatividade me custou mas sei o que me tem ensinado. A valorizar o que faço. A trabalhar para o ponto ótimo e a colaborar com as outras cabeças como forma de colmatar as falhas e as lacunas da minha. Afinal, sempre foi mágica toda esta experiência que agora me permite estar aqui a ouvir em replay a música que fiz esta tarde.

Estou a entrar numa nova fase musical. Tenho ideias e tenho o apoio de outras pessoas que estão comigo nisto. Com certeza que sou capaz de pegar no que sei agora e avançar um bocado mais longe. A criatividade nunca se vai embora, ela apenas está naquele cantinho da cabeça à espera de ser revelada para todos a poderem ver no seu esplendor máximo: A criação humana!

Há magia nisto! E a sua força está no coração e na Vontade que temos em trazer algo de inovador ao mundo, algo vindo da nossa identidade e da nossa alma!

Espero sinceramente que todos consigam olhar para si mesmos e ver o seu génio à espera de ser solto. A vossa vida mudará completamente e irão encontrar novas cores no dia a dia que nunca ousaram pensar existir. E tanto nos altos e nos baixos desta jornada nunca se irão arrepender, mas sim aprender a aceitar o Caminho como a jornada que é.


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